Vida e envelhecimento da obra literária e da obra literária em tradução
DOI:
https://doi.org/10.18309/anp.v1i44.1138Palavras-chave:
Tradução e vida, Tradução e envelhecimento, Tradução literária, Vida da obra literáriaResumo
É corrente hoje em dia a noção de que a tradução seria “naturalmente” datada e, em razão disso, teria uma espécie de prazo de validade. Nesse sentido, enquanto as obras originais se perpetuariam numa forma de vitalidade perene, manifestada no que Walter Benjamin (2011) chamou de sua pervivência (Fortleben), em geral as traduções dessas obras evidenciariam naturalmente a fragilidade de sua condição provisória e efêmera: nessa perspectiva, diremos das traduções que elas simplesmente envelhecem. Mas dizer que as traduções envelhecem não seria já assumir que elas também se inscrevem em seu tempo e, portanto, que elas constituem, em alguma medida, uma forma singular de vida? Em outras palavras, seu envelhecimento não daria testemunho também de uma vida singular como obra? Partindo-se aqui do pressuposto de que, para além de representar uma forma de vida para a obra original, o texto traduzido também constitui, ele mesmo, uma forma singular de vida (CARDOZO, 2017), este trabalho se propõe a discutir algumas dessas questões, com o objetivo de repensar os sentidos da ideia de envelhecimento da tradução.
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