Autoironia e crise em “Bestiário para fagote e esôfago”, poema de Augusto de Campos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18309/ranpoll.v52i3.1598

Palavras-chave:

Poesia, Modernidade, Crise, Augusto de Campos

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre o tópico da crise como elemento constitutivo da poesia moderna. Embora a problematização das condições desfavoráveis à poesia remonte a tempos anteriores, na modernidade essa questão torna-se um fundamento do próprio fazer poético. Nossa reflexão dá-se por intermédio da análise de “Bestiário para fagote e esôfago”, poema de Augusto de Campos. O intuito é verificar de que modo a crise da poesia é veiculada no poema abordado e observar, nessa veiculação, a recorrência do emprego da autocrítica e da autoironia. Destaca-se, ainda, como a poesia moderna faz do posicionamento autocrítico uma estratégia de autoafirmação. Desse modo, além de se contemplar um proeminente poeta brasileiro, uma questão crucial acerca da poesia moderna é abordada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adilson Antônio Barbosa Júnior, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Advogado, graduado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, instituição pela qual também é mestre em Estudos Literários e, atualmente, doutorando vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Letras.

Referências

ACHCAR, Francisco. Lírica e lugar-comum: alguns temas de Horácio e sua presença em português. São Paulo: EDUSP, 1994.

AGUILAR, Gonzalo. Poesia concreta brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo: EDUSP, 2005.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1991.

BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

CAMPOS, Augusto de. e. e. cummings: olho e fôlego. In: CUMMINGS, E. E. 40 poemas. Trad. Augusto de Campos. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 15-17.

CAMPOS, Augusto de. Verso, reverso, controverso. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1988.

CAMPOS, Augusto de. Viva vaia: poesia 1949-1979. São Paulo: Duas Cidades, 1979.

CAMPOS, Augusto de. Poetamenos. In: CAMPOS, Augusto de. Viva vaia: poesia 1949-1979. São Paulo: Duas Cidades, 2001. p. 63-77.

CAMPOS, Augusto de. Entrevista a José Carlos Prioste. Poesia Sempre. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, n. 19, p. 13-23, dez. 2004.

CAMPOS, Augusto de. Poesia concreta. In: CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; PIGNATARI, Décio. Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. 4. ed. Cotia: Ateliê, 2006. p. 55-65.

CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; PIGNATARI, Décio. Plano-piloto para poesia concreta. In: CAMPOS, Augusto de; CAMPOS, Haroldo de; PIGNATARI, Décio. Teoria da poesia concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. 4. ed. Cotia: Ateliê, 2006. p. 215-218.

CAMPOS, Haroldo de. Drummond, mestre de coisas. In: CAMPOS, Haroldo de. Metalinguagem & outras metas: ensaios de teoria e crítica literária.4. ed. São Paulo. Perspectiva, 1992. p. 49-55.

GLENADEL, Paula. O preço da poesia: pequena meditação em quatro tempos sobre valor e literatura. São Paulo: Lumme, 2011.

HAMBURGER, Michael. A verdade da poesia. Trad. Alípio Correia de Franca Neto. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

LIMA, Luiz Costa. A aguarrás do tempo: estudos sobre a narrativa. Rio de Janeiro: Rocco, 1989.

LIMA, Luiz Costa. Lira e antilira: Mário, Drummond, Cabral. 2. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.

LIMA, Luiz Costa. Duas aproximações ao não como sim. In: GUIMARÃES, Júlio Castañon; SÜSSEKIND, Flora (Orgs.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: Sete Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004. p. 116-129.

LIMA, Luiz Costa. A ficção e o poema. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

MELO NETO, João Cabral de. Quaderna. Lisboa: Guimarães Editores, 1960.

NOIGRANDRES 5: do verso à poesia concreta. São Paulo: Massao Ohno, 1962.

POUND, Ezra. Guide to Kulchur. New York: A New Direction, 1970.

SADIE, Stanley (Org.). Dicionário Grove de música: edição concisa. Trad. Eduardo Francisco Alves. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

SISCAR, Marcos. Apresentação. In: SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da modernidade. Campinas: Editora da Unicamp, 2010a. p. 9-13.

SISCAR, Marcos. O Discurso da crise e a democracia por vir. In: SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da modernidade. Campinas: Editora da Unicamp, 2010b. p.17-40.

SISCAR, Marcos. “Responda, cadáver”: as palavras de fogo da poesia moderna. In: SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia” como topos da modernidade. Campinas: Editora da Unicamp, 2010c. p.41-54.

STERZI, Eduardo. Todos os som, sem som. In: GUIMARÃES, Júlio Castañon; SÜSSEKIND, Flora (Orgs.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: Sete Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004. p. 95-115.

SÜSSEKIND, Flora. (Quase audível): nota sobre “ão”. In: GUIMARÃES, Júlio Castañon; SÜSSEKIND, Flora (Orgs.). Sobre Augusto de Campos. Rio de Janeiro: Sete Letras, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2004. p. 140-158.

Downloads

Publicado

2021-12-31

Como Citar

Barbosa Júnior, A. A. (2021). Autoironia e crise em “Bestiário para fagote e esôfago”, poema de Augusto de Campos. Revista Da Anpoll, 52(3), 40–54. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v52i3.1598

Edição

Seção

Escritores e escritoras de Língua Portuguesa: Augusto de Campos