Diálogos entre ficção e teoria
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1829Palavras-chave:
Ficção, Teoria, Bakhtin e o Círculo, Análise dialógica do discursoResumo
Arte e ciência, teoria e criatividade são, sem dúvida alguma, formas do pensar e perceber o mundo, de produzir conhecimento sobre a existência, os seres, as linguagens, a vida. O diálogo entre elas, entretanto, nem sempre se dá de maneira tranquila. Considerando essa questão, assim como a teoria dialógica da linguagem, o objetivo deste artigo é apresentar e discutir a incorporação dessa perspectiva, e um de seus principais pensadores, pela ficção, pela arte. O corpus delimitado para o estudo compõe-se três enunciados, sendo um americano e dois brasileiros: Smoke, filme de Wayne Wong e Paul Auster, produzido por Greg Johnson, Peter Newman, Kenzo Horikoshi e Hisami Kuroiwa (EUA, 1995); Bakhtin: finalmente toda a verdade aparece!!!, crônica produzida por um brasileiro especialista em Bakhtin, mas atribuída a Piotr Afasinovitch Brazinov/Universidade Estatal de São Petersburgo (2012); e Hoje tem Bakhtin? Tem sim, senhor!, de autoria da professora do ensino fundamental Maria da Penha dos Santos de Assunção (2022). Eles serão analisados considerando que, ao fugir do padrão acadêmico tradicionalmente encarregado de mobilizar o pensamento de Bakhtin e o Círculo, eles projetam a discursividade teórica para o universo estético, comprovando a hipótese de que arte e ciência podem estabelecer inesperados e produtivos diálogos.
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