Orientação argumentativa, referenciação e interatividade em tuítes sobre o Projeto de Lei (PL) 2630
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1898Palavras-chave:
Interatividade, Argumentação, Discurso digital, Referenciação, Linguística textualResumo
Ataques de ódio, desinformação, fake news são apenas algumas maneiras que alguns usuários das redes digitais têm utilizado para atingir determinados objetivos, como influenciar grandes grupos quanto a determinadas tomadas de decisão. No Brasil, um caso marcante ocorreu nas eleições de 2022, talvez mobilizado por modelos de ação observados em outros países, que acabaram por culminar na elaboração do Projeto da Lei – Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet (PL 2630). Nesses limites, neste estudo, propomos refletir sobre o uso de estratégias textuais tecnolinguageiras acionadas na construção da orientação argumentativa com um corpus composto de tuítes publicados no perfil @tvsenado no dia da votação do PL. Teoricamente, baseamos o estudo em aportes teóricos da Linguística Textual (LT), da Teoria da Argumentação no Discurso (TAD) e da Análise do Discurso Digital, nomeadamente a partir de algumas categorias de análises desenvolvidas por Cavalcante et al. (2022), Rabatel (2009, 2023), Amossy (2017; 2018) e Paveau (2021). Resultados obtidos permitiram identificar o uso de recursos tecnolinguageiros como mobilizadores de arenas discursivas polêmicas ou usados como fonte de interatividade e referenciação.
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