Sobre a produtividade morfológica dos sufixos –ção e –mento
uma perspectiva diacrônica
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v55.1943Palavras-chave:
produtividade morfológica, nominalizadores –ção e –mento, diacroniaResumo
No presente trabalho, abordamos a questão da variação na produtividade morfológica dos nominalizadores –ção e -mento em uma perspectiva diacrônica, a partir de um estudo piloto acerca da datação das palavras contidas na versão eletrônica do dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Nossos resultados mostraram que até o século XV havia mais formas com o sufixo –mento. Contudo, essa tendência se inverte a partir do século XVI, havendo um aumento robusto das formas em –ção, com um pico de crescimento no século XIX. Argumentamos que esses resultados se alinham, de maneira interessante, com o estudo diacrônico de corpora de Tang e Nevins (2013). A hipótese que aventamos é que o aumento massivo do vocabulário da primeira conjugação teve uma implicação positiva no aumento de produtividade do sufixo –ção, uma vez que houve uma ampliação significativa no número de alvos/bases relevantes para aplicação desse processo morfológico. Considerando a arquitetura da gramática da Morfologia Distribuída (Halle; Marantz, 1993, 1994) e noção de marcação, propomos uma interpretação teórica em termos de uma hierarquia de marcação para as classes temáticas verbais do PB que pode esclarecer a relação de preferência que atestamos entre classes temáticas e os nominalizadores em foco neste estudo (cf. XXXXX, 2014).
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