Gatilhos afetivos do discurso e a compra e venda de estímulos semióticos no Twitter

Autores

  • Gleiton Matheus Bonfante Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i1.1627

Palavras-chave:

Gatilhos afetivos do Discurso, Indexicalidade, Linguística Aplicada Indisciplinar, Cash Master e Cash slave, Pragmática

Resumo

Da reflexão acerca de uma ferramenta analítica prática para analistas do discurso interessados em afeto, surgiu o gatilho afetivo do discurso. Esse artigo, por sua vez, surge da necessidade de explicar e expandir o conceito gatilho afetivo proposto em Bonfante (2018), assim como localizar esse instrumental analítico dentro da indexicalidade. Para ilustrar a operacionalização do conceito em uma análise, o artigo se lança à observação das performances online dos cash master e cash slave, prática sexual pública no Twitter intermediada pela plataforma e pela linguagem. O artigo também fornece exemplos do que se faz com a linguagem em contextos sensuais na sociedade de plataforma. Entre as conclusões, está a sugestão de que estudos afetivos da linguagem online podem lucrar eticamente de uma crítica ao neoliberalismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gleiton Matheus Bonfante, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

Doutor em Linguística Aplicada (UFRJ).

Referências

AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Trad. Danilo Marcondes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990[1962].

BALTAR, M. Real sex, real lives – excesso, desejo e as promessas do real. Artigo apresentado no XVII Encontro Socine. A Sobrevivência das Imagens. Palhoça, Unisul, 2013.

BERLANT, L.; WARNER, M. Sex in Public. In: HALL, D.; JAGOSE, A.; BEBELL, A.; POTTER, S. (Orgs.). The Routledge Queer Studies Reader. New York: Routledge, 2013. p. 165-179.

BLOMMAERT, J. SILVA, D. Entrevista com Jan Blommaert: 30 Anos da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB). Canal da ALAB no Youtube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LPwxX6fDgh0&t=311s Acesso em: 31 jan. 2021.

BONFANTE, G. M. A língua deles no meu corpo: o autoetnógrafo como corpo-experienciador da linguagem e do campo. Revista Veredas: Dossiê Autoetnografia em Estudos da Linguagem e áreas interdisciplinares, Volume 22. nº 1 pp. 150-167, 2018.

BONFANTE G. M. A linguagem na pele: afeto como ato de fala perlocucionário. Tese de Doutorado - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, Rio de Janeiro, 2020.

BUCHOLTZ, M.; HALL, K. Embodied sociolinguistics. In. COUPLAND, Nikolas (Org.), Sociolinguistics: Theoretical debates. Cambridge: CUP, pp.173-197, 2016.

DOMINGUEZ, M. Técnicas de subjetivacción y interacción virtual en tiempo real. Tienen algo en comum michel foucault y los chats? In: SABADA, I; GORDO, A. (Org.) Cultura digital y movimientos sociales. Madri; Catarata, 2008.

DUGGAN, L. The new Homonormativity: the sexual politics of neoliberalism. In: CASTRONOVO, R. & NELSON, D. (Eds.). Materializing democracy: towards a revitalized cultural politics. Duke: Duke University Press, 1998.

EAGLETON, T. Depois da teoria: um olhar sobre os Estudos Culturais e o pós-modernismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

EISENLAUER, V. Facebook as a third author—(Semi-)automated participation framework in Social Network Sites. Journal of Pragmatics Vol.72, pp.73-85, 2014.

ESPINOSA, B. Ética Tradução Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2009[1677].

FABRICIO, B. F. Mobility and discourse circulation in the contemporary world: the turn of the referential screw. Revista da Anpoll n.40, pp.129-140, 2016.

FELMAN, S. The Literary Speech Act: Don Juan with J L. Austin, or Seduction in Two Languages. Ithaca: Cornell University Press, 1983

.

HANKS W. F. Indexicality. Journal of linguistic anthropology. Vol 9, p.124-126, 1999.

HARAWAY, D. Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Duke University Press; Durham; Londres, 2016.

NASCIMENTO, M. B. A mulher negra no mercado de trabalho in: RATTS, A. (Org.) Eu sou Atlântica. Imprensa Oficial, São Paulo, 2016, pp.102-106.

PEIRCE, C. S. Logic as Semiotic: the theory of signs. In: Buchler, J. (ED.) Philosophical Writings of Peirce. New York: Dover Publications, 1955 pp.98-119.

RACE, K. Towards a pragmatics of sexual media networking devices. Sexualities vol 21(8) p.1325-1330, 2018.

SEGDWICK, E. K. Touching feelings: affect, pedagogy, performativity. Duke University Press, London & Durham, 2003.

SILVERSTEIN, M. Pragmatic Indexing in: MEY, J. L. Concise Enciclopedia of Pragmatics, London Elsevier p.756-759, 2009.

WETHERELL M. Affect and discourse – what’s the problem? From affect as excess to affective/discursive practice. Subjectivity, p.349–368, 6(4) 2013.

Downloads

Publicado

2022-04-30

Como Citar

Bonfante, G. M. (2022). Gatilhos afetivos do discurso e a compra e venda de estímulos semióticos no Twitter. Revista Da Anpoll, 53(1), 199–214. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i1.1627

Edição

Seção

Estudos Linguísticos (2022)