A (re)invenção do rosto

um estudo das práticas de aprisionamento e objetivação contemporâneas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i2.1739

Palavras-chave:

Estudos Discursivos Foucaultianos, Cuidado de si, Subjetividade, Instagram

Resumo

Esta pesquisa, partindo das noções de diagnóstico do presente e de estética da existência, apresentadas por Michel Foucault, articuladas à leitura da psicopolítica neoliberal, por Byung-Chul Han, procura compreender certos modos de pensamento na racionalidade histórica da atualidade e seus desdobramentos no âmbito da produção de subjetividade na rede social Instagram como um acontecimento que irrompe no momento histórico da atualidade. Para tanto, a arquegenealogia foucaultiana é o método utilizado para tratamento dos enunciados de modo a descrever como os usuários de certas ferramentas digitais online tornam-se sujeitos de um saber específico, o discurso da patologização. Propõe-se, então, a análise dos efeitos de verdade produzidos pelo uso dessa nova configuração de socialização virtual, na hipótese de se encontrar aí determinada reinvenção da rostidade, uma busca por padrões irreais de perfeição e beleza. Nesta hipótese de trabalho, persegue-se a problemática do aprisionamento e da objetivação dos sujeitos por meio das mídias e redes sociais no século XXI. Desta maneira os resultados indicam o encontro com as rupturas e as relações entre enunciados, entendendo o rosto/corpo/pele, como o palco onde o embate das linhas de saber-poder cinde e/ou inaugura modos de existir.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jheny Iordany Felipe de Lima, Universidade Federal de Catalão, Catalão, Goiás, Brasil

Mestra em Estudos da Linguagem (UFCAT).

Marcelo Vinicius Costa Amorim, Universidade Federal de Catalão, Catalão, Goiás, Brasil

Bacharel em Psicologia (UFCAT).

Bruno Franceschini, Universidade Federal de Catalão, Catalão, Goiás, Brasil

Doutor em Estudos Linguísticos (UFU).

Referências

COURTINE, Jean-Jacques. HAROCHE, Claudine. História do rosto: exprimir e calar emoções: (do século 16 ao começo do século 19). Tradução de Marcus Penchel. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia 2. vol. 3. Tradução de Aurélio Guerra Neto et al. 2. ed. São Paulo. Editora 34. 2012.

DSM-V – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Tradução de Cláudia Dornelles. 4. ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.

FLAUSINO, Cristina Valéria. Rosto e rostificação: Os modos de operar da máquina abstrata da rostidade. Tese (Doutorado em Meios e Processos Audiovisuais) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

FONSECA, Daiane A. Vaz; CAFIEIRO, Gabriela Machado. Redes sociais e suas influências nas inter-relações entre jovens e adultos. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 6 n. 2, 2018.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Lisboa: Passagens. 1992. p. 129-160.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: FOUCAULT, Michel. Michel Foucault: Uma trajetória filosófica. DREYFUS, H; RABINOW, Paul. (Orgs.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p. 231-249.

FOUCAULT, Michel. O que são as luzes? In: FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos II: Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Organização Manoel Barros da Motta. Trad. Elisa Monteiro. 2. ed. Forense Universitária. 2005. p. 335-351.

FOUCAULT, Michel. Diálogo sobre o Poder. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos IV: Estratégia, poder-saber. Tradução Inês Autran Dourado Barbosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 253-266.

FOUCAULT, Michel. A ética do cuidado de si como prática de liberdade. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos V: Ética, sexualidade e política. Organização e seleção Manoel Barros da Motta. Trad. Elisa Monteiro. 2. ed. Forense Universitária. 2006. p. 264-287.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. Resposta a uma questão. In: FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos VI: Repensar a política. Tradução de Ana Lúcia Paranhos Pessoa. Organização e seleção de textos Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010. p. 1-24.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Ramalhete. 42ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 10. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019.

HAN, Byung-Chul: Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2. ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

HAN, Byung-Chul. Psicopolítica – o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Tradução Maurício Liesen. Preparação Ligia Azevedo. Revisão, Ana Martini; Fernanda Alvares. 7. ed. Belo Horizonte: Editora Âyiné. 2020.

LASCH, Christopher. A cultura do Narcisismo: A vida americana numa era de esperanças em declínio. Rio de Janeiro: E, Imago Editora, 1983.

LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

MONTARDO, Sandra Portella. Selfies no Instagram: implicações de uma plataforma na configuração de um objeto de pesquisa. Galáxia, n. 41, p. 169-182, 2019.

PRADO FILHO, Kléber. Michel Foucault: Uma história política de verdade. Florianópolis: Insular, 2006.

RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

REVEL, Judith. Michel Foucault: conceitos essenciais. Tradução Maria do Rosário Gregolin, Nilton Milanez, Carlo Piovesani. São Carlos: Claraluz, 2005.

SANCHOTENE, Nicole; LEAL, Tatiane; BARBOSA, Yago. Redes Sociais, Subjetividade e Mal-estar: Uma Análise do Caso Essena O’Neill. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016. Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. 2016. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-0357-1.pdf

Downloads

Publicado

2022-09-06

Como Citar

Felipe de Lima, J. I., Costa Amorim, M. V., & Franceschini, B. (2022). A (re)invenção do rosto: um estudo das práticas de aprisionamento e objetivação contemporâneas. Revista Da Anpoll, 53(2), 117–134. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i2.1739

Edição

Seção

Por uma análise foucaultiana dos discursos