Coesão na escrita em português língua segunda

o papel de algumas variáveis sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1854

Palavras-chave:

Estudantes universitários, Variáveis sociais, Texto escrito, Coesão textual, Dificuldades

Resumo

O objetivo deste estudo é identificar o impacto das variáveis sociais sexo, idade, língua materna e contexto dos primeiros contactos ou da aprendizagem do português no estabelecimento dos mecanismos de coesão em textos escritos por estudantes moçambicanos de graduação. O estudo baseia-se numa abordagem mista e nas teorias sobre o papel das variáveis sociais e do conhecimento linguístico prévio no desenvolvimento de competências em línguas não maternas. A base empírica é constituída por textos escritos por estudantes universitários que se encontram no segundo ano do curso de graduação em Língua de Sinais de Moçambique. Os resultados da análise de dados indicam que as quatro variáveis são significativamente determinantes na ocorrência de dificuldades de estabelecer os mecanismos de coesão textual. Neste contexto, recomenda-se que sejam adotadas estratégias e políticas de ensino e de aprendizagem que permitam que os alunos melhorem as competências em português e consigam escrever textos coesos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diocleciano Nhatuve, Universidade do Zimbabwe e Universidade de Coimbra

Natural de Moçambique.
Leitor de Português na Universidade do Zimbabwe.
Doutorando em Língua Portuguesa: Investigação e Ensino (Universidade de Coimbra).
Mestre em Ciências da Linguagem e Cominicação (Universidade de Évora).
Lincenciado em Ensido de Português (Universidade Eduardo Mondlane).
Áreas de investigação: Ensino de PLE; Gramática de Português; Linguística Textual.

Referências

ALVES, S. M. L. A comunicação escrita e a falta de coerência em textos produzidos por estudantes universitários. Signo, Santa Cruz do Sul, v. 42, n. 75, p. 67-76, set./dez. 2017.

ATANÁSIO, N. O uso de Operadores Argumentativos Opinativos na Produção Escrita de Alunos da 12ª Classe do Ensino Secundário Geral em Moçambique: Implicações Semântico-discursivas. 2017. 329 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, 2017.

BERNÁRDEZ, E. Introdución a la Linguística del Texto. Madrid: Espasa-Calpe. S. A, 1982.

CARRELL, P. L. Cohesion is not coherence. TESOL Quarterly, v. 16, n. 4, p. 479-488, 1982.

COSSENTINI, A. A. A coesão na produção textual: um estudo sobre textos produzidos por alunos da educação de jovens e adultos. 2002. 251 f. Dissertação (Mestrado em Filologia e Linguística Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2002.

COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

ECKERT, P. Language and Gender in Adolescence. In: HOLMES, J.; MEYERHOFF, M. (ed.). The handbook of language and gender. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 2003. p. 381-400.

ECKERT, P. The whole woman: Sex and gender differences in variation. Language Variation and Change, v. 1, p. 245-267, 1989.

FARADHIBAH, R. N.; NUR A. N. Analyzing students’ difficulties in maintaining their coherence and cohesion in writing process. ETERNAL (English, Teaching, Learning and Research Journal), Samata, v. 3, n. 2, p. 183-194, 2017.

FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1997.

FIRMINO, G. Aspetos da nacionalização do português de Moçambique. Veredas, Porto Alegre, Associação Internacional de Lusitanistas, v. 9, p. 115-135, maio 2008.

GONÇALVES, P. A génese do português de Moçambique. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S.A, 2010.

GONÇALVES, P. Português de Moçambique: problemas e limites de padronização de uma variante não-nativa. In: SINNER, C. (ed.). Norm und Normkonflikte in der Romanian. Munich: Peniopel, 2005. p. 184-195.

GONÇALVES, P. Tipologia de ‘erros’ do português oral de Maputo. In: STROUD, C.; GONÇALVES, P. (org.). Panorama do português oral de Maputo: a construção de um banco de “erros”. Maputo: Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação, 1998. v. 2, p. 37-67.

GUIRRUGO FAQUIR, O. C. Didática da escrita em contextos multilingues: o caso de Moçambique – desafios linguísticos, metodológicos e contextuais. 2016. 275 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016.

HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. Cohesion in English. London: Longman, 1976.

JAMAL, M. V. M. A Produção escrita dos alunos da 12.ª Classe: coerência textual. 2014. 141 f. Dissertação (Mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas) – Departamento de Línguas e Culturas, Universidade de Aveiro, Aveiro, 2014.

KARADENIZ, A. Cohesion and coherence in written texts of students of Faculty of Education. Journal of Education and Training Studies, v. 5, n. 2, p. 93-96, 2017.

KOCH, I. G. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1994.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Editora Cortez, 2003.

KOCH, I. G. V.; TRAVAGLIA, L. A coerência textual. São Paulo: Editora Contexto, 2001.

KRASHEN, S. Second language acquisition and second language learning. New York: Pergamon Press, 1981.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.

LOPES, A. J. O aluno universitário moçambicano PL2 e os caminhos da escrita: um trilho seguro vale mais do que os dois que puseram a quizumba a mancar. Linha D’Água (Online), São Paulo, v. 31, n. 1, p. 29-49, mar. 2018.

MADEIRA, A. Aquisição de língua não materna. In: FREITAS, M. J.; SANTOS, A. L. (ed.). Aquisição de LM e não materna: Questões gerais e dados do português. Berlin: Language Science Press, 2017. p. 305-330. (Textbooks in Language Sciences 3).

MAINGUENEAU, D. Os termos-chave da análise do discurso. Lisboa: Gradiva, 1997.

MEYERHOFF, M. Introducing Sociolinguistics. London; New York: Routledge, 2006.

MONGUILHOTT, I. O. S. Estudo Sincrônico e Diacrônico da Concordância Verbal de Terceira Pessoa do Plural no PB e no PE. 2009. 229 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Santa Catariana Florianópolis, Florianópolis, 2009.

NHATUVE, D. Passivas analíticas escritas por falantes do português de Moçambique. Revista Investigações, Recife, v. 35, n. 2, p. 1-34, 2022.

NHATUVE, D.; MACHAVA, A. Coesão textual em português como segunda língua. Revista Horizontes de Linguística Aplicada, ano 20, n. 2, p. 1-13, dez. 2021.

OLIVEIRA JÚNIOR, O. B. Coerência, coesão e texto na sala de aula: o essencial é invisível aos olhos. 2015. 351 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

PEREIRA, E. F. O. O papel da língua materna na aquisição da língua estrangeira. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 26, n. 2, p. 53-62, jul./dez. 2001.

PERES, J.; MÓIA, T. Áreas críticas da língua português. Lisboa: Caminho, 1995.

ROMAINE, S. Variation in language and gender. In: HOLMES, J.; MEYERHOFF, M. (ed.). The handbook of language and gender. Oxford: Blackwell Publishing Ltd, 2003. p. 98-118.

STEPHANI, A. D.; ALVES, T. C. A escrita na Universidade: os desafios da aquisição dos gêneros académicos. Raído, Dourados, v. 11, n. 27, p. 529-550, jul./dez. 2017.

SUWANDI, S. Coherence and cohesion: an analysis of the final project abstracts of the undergraduate students of PGRI semarang. Indonesian Journal of Applied Linguistics, v. 5, n. 2, p. 253-261, 2016.

TREVISO, D. Sustentação de problemas de escrita em textos de alunos de graduação e da formação escolar básica. Estudos Semióticos, v. 6, n. 2, p. 125-132, nov. 2010.

VAN DER SLIK, F. W. P.; VAN HOUT, R. W. N. M.; SCHEPENS. J. J. The Gender Gap in Second Language Acquisition: Gender Differences in the Acquisition of Dutch among Immigrants from 88 Countries with 49 Mother Tongues. PLoS One, v. 10, n. 11, e0142056, 2015.

Downloads

Publicado

2023-09-20

Como Citar

Nhatuve, D. (2023). Coesão na escrita em português língua segunda: o papel de algumas variáveis sociais. Revista Da Anpoll, 54(1), e1854. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1854

Edição

Seção

Estudos Linguísticos